domingo, 4 de abril de 2010

A EDUCAÇÃO... E A FALTA DELA.

Ao acordar na última sexta-feira, o morador de rua de Porto Alegre Vanderlei Pires, conhecido como Ratinho (foto), 35 anos, notou que sua pele e roupas estavam cobertas por tinta prateada e urina.

Uma mulher em um ponto de ônibus próximo, anotou a placa de um veículo Pólo, do qual segundo ela, desembarcaram algumas pessoas que urinaram na vítima que dormia.

Motivado pela repercussão que o caso teve na mídia nacional, já no sábado, o principal suspeito da agressão, um homem de 26 anos, se apresentou à polícia. Os depoimentos oficiais, dele e da dona do carro, uma mulher de 46 anos, serão colhidos na segunda-feira.

Em Brasília, há algum tempo atrás, jovens atearam fogo em um índio, também morador de rua.
Outros jovens, no Rio de Janeiro, espancaram uma empregada doméstica que esperava a condução para ir trabalhar, estes ainda justificaram: “pensamos que se tratava de uma prostituta”.

Nestes casos, quando detidos e julgados, os agressores alegam que estão arrependidos e reúnem provas que ressaltam suas virtudes. Levam aos tribunais parentes e conhecidos para dar testemunhos sobre sua natureza pacata.

Acreditam (já que o preconceito é moeda corrente em nossa sociedade) na normalidade de uma atitude destas ("prostitutas, índios e mendigos tem mesmo é que apanhar"), pois a violência, motivada por vários fatores, fez parte de sua vida desde a infância, em casa e na convivência com outras crianças.

Nos colégios, o “bullying” é ignorado pelos que deveriam estar preparados para erradicar este problema, que é, em muitos casos, incentivados pelos pais com a desculpa da “lei da sobrevivência” que reza: "se alguém tem que chorar, que chore o filho dos outros”.

Está errado! Nada justifica a violência. Sem contar que ela nunca resolveu e nunca resolverá problema algum! E não será uma pessoa só que acabará com o problema dos moradores de rua (caso estas agressões não foram somente por pura diversão).

Concordo que as cidades ficariam mais bonitas e principalmente mais seguras sem as “crackolândias”, por exemplo, locais onde a degradação humana chega ao limite e culpadas pelo aumento do número de assaltos e mortes em “todas” as cidades do pais. Mas elegemos pessoas justamente para resolver problemas deste tipo. Sem violência nem humilhação.

Falei somente sobre a falta de educação, mas este caso de Porto Alegre, embora triste, revelou ao Brasil pessoas que devem ser valorizadas e imitadas, que aplicaram como se deve, a educação familiar e acadêmica que receberam: a cidadã Ana Cecília dos Santos, que indignada com o que presenciou, anotou a placa do veículo denunciando os agressores, e o advogado Jéferson Cardoso está tratando do caso juridicamente.

ESCUTANDO: nada.